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Me chamo Luana Molina, sou professora de História e Filosofia nas redes públicas e privadas da cidade de Londrina e Cambé. Sou graduada em História, Especialista em Psicologia Aplicada à Educação, Mestre em História Social na linha de pesquisa em História e Ensino e Doutoranda no Programa de Educação; Desenvolvo pesquisas na área de Diversidade Sexual e Educação Sexual e palestrante e consultora desta mesma temática para jovens/adolescentes, pais e escolas.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Conhecendo: Os G0ys

Os g0ys (com o número zero no lugar da letra a) são homens que gostam de se relacionar entre si, com envolvimento que pode ir desde uma simples demonstração de afeto até a prática do sexo oral. Também costuma ser bastante comum entre eles a masturbação em grupo. Apesar de apreciarem a intimidade com alguém do mesmo sexo, os g0ys não se consideram gays.
Dentro dos preceitos desse novo movimento, definem-se como homens mais liberais, que curtem amizade e "brincadeiras sacanas" com outros homens, porém condenam o sexo anal. "Sexo e penetração exclusivamente com mulheres" é um dos slogans destacados pelo Hetero G0y, principal site sobre o movimento no Brasil.
"G0y é uma condição intermediária, seria um meio termo entre os extremos do homem totalmente heterossexual para o homem totalmente homossexual", explica Master Fratman, um dos precursores do conceito no País, que prefere não se identificar. Apesar de ser algo recente por aqui, a identidade g0y já existe desde o início dos anos 2000 nos Estados Unidos.
Além do termo g0y, há também a palavra bromance (a junção de brother – irmão, camarada – com romance, em inglês) para designar essa relação entre homens heterossexuais. O clipe da música em inglês Bromance já passou dos 25 milhões de acessos no YouTube, reforçando no refrão que "não há nada gay nesse amor".
Para o psicólogo Klecius Borges, especialista em terapia afirmativa para gays, lésbicas e bissexuais, é difícil dizer se os g0ys também são ou não homossexuais, já que recusam a identidade gay, mas apreciam a prática afetiva e sexual com homens. "Me parecem mais uma versão conservadora da conhecida categoria de homens que fazem sexo com homens, nesse caso com algumas restrições", declara.

Fora do arco-íris

Por rechaçar os estereótipos ligados à imagem dos gays, os g0ys criaram até uma bandeira própria, em tons de azul e branco. Nos Estados Unidos, essa repulsa do movimento à cultura gay é mais forte do que no Brasil. Para Master Fratman, as críticas de homofobia que os g0ys vêm recebendo são infundadas.
"Não entendo como a comunidade LGBT ( Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) tem coragem de chamar de homofóbico alguém que beija uma pessoa do mesmo sexo", defende.
Um dos principais elementos valorizados pelos g0ys gira em torno da exaltação da masculinidade. Nos sites g0ys, imagens de corpos bem esculpidos e atividades tipicamente masculinas ganham destaque. É também por essa razão que a penetração não se encaixa, já que na visão deles essa seria uma forma de submissão.
"O sexo anal passa a ser uma coisa degradante porque se torna sinônimo de uma feminilização do outro, de coloca-lo em uma posição humilhante e isso não é compatível com o ideal de masculinidade que estão pleiteando", explica o sociólogo Felipe André Padilha, integrante do grupo de pesquisa "Corpo, Identidades e Subjetivações" da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
Padilha também observa que o movimento g0y no Brasil ganhou uma conotação um pouco diferente da que existe nos Estados Unidos, onde o viés histórico e religioso tem mais importância. Os norte-americanos remontam à Grécia Antiga e até ao Velho Testamento para justificar esse comportamento. Essas ideias também são reproduzidas nos sites brasileiros, porém com menos ênfase. "No discurso dos g0ys americanos, o afeto entre homens é natural e sempre existiu na história da humanidade", ressalta.

Fonte: http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/05/12/g0ys-apreciam-afeto-e-pegacao-entre-homens-mas-nao-aceitam-rotulo-gay.htm